sexta-feira, 18 de março de 2011

Ele vai pedir ele em casamento

Durante o Carnaval pude acompanhar, juntamente com minha filha, o desenrolar da novela Tititi, que estava chegando ao final e, que assisti a primeira versão.
Na novela, há dois rapazes apaixonados que estavam sofrendo porque não viviam plenamente o romance pois um deles tinha vergonha de assumir a homossexualidade. Uma cena especifica, onde eles conversavam num jardim me chamou atenção. Eles estavam sentados num banco e conversavam sobre o sentimento que um tinha pelo outro.
Enquanto assistia cena, eu (Geração x, nascidos nos anos de 1960 a 1980, marcado pela quebra de velhos tabus, velhos conceitos, paradigmas e autoritarismo), pensava ... “se fosse um casal (homem mulher) haveria um beijo no final, mas ainda não estamos socialmente preparados para ver um beijo masculino na novela das 7”. Ao mesmo tempo, minha filha (Geração Z - 1990 e 2009, formada por crianças e adolescentes, futuros consumidores, indivíduos constantemente conectados através de dispositivos portáteis e, preocupados com a sustentabilidade e meio ambiente) pulava e batia palmas alegremente no sofá gritando: “é agora que ele vai pedir ele em casamento – Pede! Pede! Pede!”. Ambas ficamos frustradas com a cena ... não houve beijo nem houve pedido de casamento.
Só então me deparei com o tamanho do abismo existente entre gerações tão próximas (alternada pela Geração Y - nascidos 1980 e 2000 formada por jovens com valores e comportamentos desenvolvidos a partir da integração da tecnologia ao cotidiano, uma vez que cresceram jogando vídeo game e musica na internet). A distância entre Ver e Viver o cotidiano da vida.
Não se trata de ser ou não homossexual, não se trata de ser ou ser preconceituoso, de ser ou não ser “bem-resolvido”. A geração Z ultrapassa questões conceituais com mesma velocidade a que estão conectados e muito simplesmente se declara: eu quero ser feliz.

4 comentários:

  1. Fiquei encantada, não só com o Blog! A crônica esta simplesmente fantástica, consegue de uma maneira leve e despretensiosa nos fazer rever conceitos

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  2. Jeo,
    Essa será a primeira de muitas, AMEI!!!
    Já estou te seguindo com o meu blog de artesanato!!!'Bjs,
    Déa Serrano

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  3. Jeo,
    É isso aí...a boca fala do que o coração está cheio.Você, assim como eu, pelo menos neste quesito - homossexualidade - não tem preconceitos.Meus amigos Gays são pessoas como eu, como vc, como qualquer um, apenas com preferências diferentes.
    Mas no fundo, tenho que admitir que todos nós temos algum tipo de preconceito em algum momento,por mais insignificante que seja......
    Mas o legal de escrever essa crônica, é que vc está praticando "o não ser preconceituoso e assumir isso para nossa sociedade tão cheia de falsos-moralismos".
    As vezes não temos o preconceito, mas também não assumimos que não temos( ficamos comodamente, emcima do muro....bem conveniente né?),para não ficarmos em desacordo com a sociedade tão taxativa nas cobranças......
    Que venhas outras crônicas....PARABÉNS!!!

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  4. Oi Jeo,gostei muito da crônica porque retrata as maravilhosas experiências com nossas filhas, ligadíssimas, já formadoras de opinião e felizmente, donas de uma coração grandioso e um olhar sensivel com relação ao respeito às diferenças!
    Parabéns pela sensibilidade e obrigada por compartilhar. Beijos!

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